SIG histórico: o retrato das cidades de São Paulo e Santos na Décima Urbana de 1809
Abstract
Resumo
A história das cidades brasileiras no período colonial, em grande parte, tem sido escrita em seus aspectos formais. Enquanto muita atenção tem sido dada aos aspectos planimétricos, pouco ou nada se tem dado aos aspectos volumétricos e à materialidade como fonte histórica. A dimensão material das relações sociais, com raras excecoes, tem permanecido em segundo plano, como mero cenário. Visualizar a materialidade dos núcleos históricos não é uma tarefa fácil, requer metodologia e ferramentas específicas a serem utilizadas numa perspetiva regressiva, envolvendo o uso de documentação diversa. Recorrendo a fontes textuais com uma acentuada dimensão visual, espacializadas em cartografia regressiva através de novos contributos tecnológicos, nomeadamente SIG (Sistema de Informação Geográfica), estes estudos mostram o que de outra forma não se vê, centrando-se em índices materiais que informam sobre as relações sociais e, sobretudo, sobre os processos de acumulação desigual ao longo do tempo, numa perspetiva histórica de longa duração. A cidade discutida como artefato, produto e vetor da ação humana é, assim, um campo privilegiado de análise da História Urbana.
Abstract
The history of Brazilian cities in the colonial period was written, to a large extent, based upon its formal aspects. If much attention was given to the planimetric aspects, little or none was paid to the volumetric aspects and materiality as a historical source. The material dimension of social relations, with rare exceptions, remained in the background as simple scenery. Detecting the materiality of historic centers is not an easy task. It requires specific methodology and instruments to be mobilized in a regressive perspective, and involves the
intertwining of varied documentation. In recent years, a new batch of studies has shed light on empirical evidence, which are worthy of debate for their novelty and for acting towards a necessary review of the materiality of Brazilian colonial cities, including their interfaces with the nearby rural world. Based on textual sources with an accentuated visual dimension, which have been spatialized in regressive cartographies by means of new technological contributions, including the GIS (Geographic Information System), these studies show what
otherwise we could not be seen. They focus on material indexes that enlighten social relations and, above all, uneven processes of time accumulation, in a longer historical perspective. The city discussed as an artifact, product and vector of human action, is thus a privileged field of analysis in Urban History.

